Mulheres viajantes – explorar o mundo também é coisa de mulher – parte II


O presidente da Royal Geographical Society de Londres chegou ao disparate de declarar que as mulheres exploradoras eram inaptas a esse tipo de atividade: “Seu sexo e sua formação as fazem inaptas e esse tipo de viajantes femininas a que a América recentemente nos tem acostumado é um dos maiores horrores deste fim do século XIX”. Essa instituição foi fundada em 1831, mas somente com cinqüenta anos de atraso, a primeira mulher foi reconhecida como membro. Seu nome é Isabellla Bird - e merece um post só pra ela- . Porém, a oposição feminina foi tão forte (isso mesmo, as próprias mulheres se revoltaram) que a instituição voltou a fechar as portar até 1913, quando se admitiram, ainda que de muita má vontade, outras heroínas exploradoras.
Quem era mulher e queria se meter a explorar o mundo tinha que ter coragem. Não havia nenhuma espécie de apoio, muito menos financeiro, para bancar a empreitada.
Talvez, devido a isso, especula a autora do texto, muitas se tornaram escritoras. Afinal, se elas quisessem divulgar suas histórias e descobertas, que tratassem elas próprias de escrever, se não ninguém o faria.
Mas o fato é que, mesmo com todas as dificuldades, elas arregaçaram as mangas, ou melhor, suspenderam seus vestidos enormes e foram à luta.
“Podiam viajar com absoluta liberdade e sem limite de tempo: sabiam quando abandonavam o lar porem não sabiam a data da volta porque não tinham que prestar contas a ninguém. Podiam desfrutar a fundo suas viagens, conviver com as pessoas, aprofundar-se nas culturas e deleitar-se com um mundo novo para elas. As viagens das grandes damas da exploração como Mary Kingsley, Isabella Bird, May Sheldom e Osa Johnson – para citar algumas – não eram competições desportivas em busca dos últimos mistérios da África negra e sim viagens de conhecimento; o importante não era chegar ao destino e contar ao mundo, e sim percorrer o caminho e aprender com a experiência. Era a viagem como escola da vida”.
Concordo em absoluto com Cristina Morató: é preciso dedicar tempo à leitura das obras dessas grandes mulheres e sim, elas devem e tem todo o direito de ocupar o mesmo lugar de honra que os homens exploradores possuem nas prateleiras das bibliotecas, principalmente na biblioteca dos viajantes.
E ainda tem muita mulher por aí inventado desculpa pra não viajar. Deixe as reclamações de lado e inspire-se nelas. Fica a dica!
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